quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Dança da solidão.

                        De pés no chão, despida de estereótipos, e nua, eu ia escutando Cartola em uma velha vitrola, aquela velha musica, que falava em procurar e se encontrar, sorrir pra não chorar. E ia dando um vazio tão bom, que me engrandeciam já não tinha motivos para reclamar, eu já não amava e amada então muito menos. Dançava entre o corredor, ajeitava os cabelos no espelho do banheiro, e disparava mais alguns passos a correr, como quem não espera ninguém chegar, exaltando o sorriso de quem quer desejar, com os braços arrepiados, mas feliz por não ter a quem lembrar.

                   Depois de olhos marejados tentando descobrir os motivos pra tanto desolar, depois embrutecia o olhar, e disparava mentalmente alguns palavrões... “Covardes, nem para me despirem a alma, nem descobriram meu abrochar”. E depois sorria, pois no fundo sabia que nascera para dançar sozinha, e destilar frases entorpecidas de sentimentos em uma folha em branco. Surgia um poema, uma musica nova, depois era só declamar, reclamar, e dançar. E assim virava o disco e agradecia a tristeza pela inspiração e sorrindo ia dançando com  a solidão. 


Tauana Raio De Luar
#tauanaraiodeluar

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