terça-feira, 18 de julho de 2017

Olha-me tão pequena John...



        Tudo bem, eu não sei voar como você, talvez meus sonhos sejam modestos. Essa cegueira me dá um pouco de medo, você vê o que gostaria. Ontem, eu sorri, vesti um tênis qualquer, um coque e os maiores brincos que encontrei. Você nem ligou, pude até ver seu nariz retorcer e seu olhar desviar de meu corpo. Questionei-me o que fiz de errado, será que deveria ter posto um nariz vermelho, para lhe fazer sorrir? Engano-me, não sirvo para atriz, sou de trejeitos simples, feliz, sorrio e triste choro. 
        Olha-me tão pequena, John, não enxergas minha real natureza!

18.07.2017

#tauanaraiodeluar


quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Aquele velho sorriso de amor..


                    Um dia eu disse coisas sem pensar e fiz meu amor chorar, ela sem entender foi fechando as malas e a porta do seu coração. Nunca gostei muito de musica que diziam de mais, coisa chatas sobre amor, e saudades de doer no peito. 
Mas um dia um par de olhos verdes sorria-me a me ver e para agradar comprei uma viola e me pus a cantarolar. Pois todos os dias ela fazia-me bolo e café quente nos finais de tardes, cafune pra completar, mas tinha uma mania de reclamar. 
Que no silêncio da madrugada faz uma falta danada, seu pé no meu pé, sua boca na minha. Joguei uma pedra em sua janela, cantei a canção que aprendi e nada dela. Insisti na cantoria ela irritada que só, ligou á todo volume Cartola em sua vitrola. 
Chorei por dias, ai resolvi quebrar meu violão, desistindo do tão confuso amor.  Uma semana depois tocou a campainha, era a tal moça para quem eu cantava, foi entrando feito furacão, abrindo as janelas da casa, e dando bronca. Mas sorria-me aquele velho sorriso de amor.


                #tauanaraiodeluar
                  Tauana Raio de Luar





terça-feira, 3 de novembro de 2015

Infundados Fatos.


Queria eu dizer que sou bandida, felina e boa atriz.
Que sorrir é tão fácil, quanto meu descompasso.
Mas sou fadigada, de pernas grossas e olhar revelador.
Muitos dizem como sou, porém de maioria infundados fatos.

Poderia ser quem quisesse, loira, morena, e maça.
Pois sou grande, e quando quero pequena.
Tem dias que sou meio Ana, outro dia fui Tania ou era Joana?
Tem horas que esqueço quem sou e sumo por dias.

Se der eu volto, me faço mulher, e brigo.
Se quiser falo alto, repito, digo e ponho-me a valer.
Mas sou rosa fora do jardim, já não renasço.
Mas exalo, que de todo os males escolhi ser boa moça.

#tauanaraiodeluar
Tauana Raio de Luar

quarta-feira, 29 de julho de 2015

O barulho imenso da alma..

Às vezes o que aos olhos parece tão certo,
A alma rejeita sem explicações.
Ela vai dizendo não aos poucos e
Quando você se vê já tomou outro caminho.
Eu tinha um medo danado de perder aquele moço,
Ate o dia acordar e perceber que nunca o tive.
Que sorria por amor, e ele recebia,
Mas não devolvia.

Foi como abrir o guarda-roupa,
E perceber as tantas roupas guardas,
A maioria já nem me veste mais,
Nem diz quem sou.
Um carinho é necessidade, um sorriso também.
Às vezes é preciso fazer-se silencio,
Para descobrir o barulho imenso da alma.
Não tem direção, mas seguir em frente faz bem.


                       Tauana Raio de Luar
                       #tauanaraiodeluar





domingo, 28 de junho de 2015

Ou se é a tristeza sua real simpatia.


         Antes eu fumava, não de um jeito egoísta, de não me importar com o mundo, de não jogar a bituca do cigarro na lixeira, de não afastar-me de quem não gosta do cheiro ou de meus devaneios. Não era vícios, e sim uma revolta, da mesma forma que bebia depois escrevia por noites afio, parava apenas para um gole, e uma tragada, se quer respirava.
        Mas hoje acordei e já não sabia, onde é que eu tinha largado meus velhos costumes. A vida ensina que a muito mais a cada dia, que devemos amadurecer obedecer e seguir um padrão de felicidade. Bobagem, eu tinha tudo e era infeliz. Eu já não fumava e nem bebia, também não escrevia, não que os vícios me descreviam, mas o contexto todo sim.
      Á embriagues não do corpo, mas da alma, me trazia a forma de colocar se para fora, os contentamentos e sofrimentos da vida. Hoje levo a vida que esperam que eu leve, sem precisar tropeço para dar motivos ao meu difamar, que hoje já não sei se de fato sou essa casca vazia que quer  agradar, ou se é a tristeza sua real simpatia.




Tauana Raio de Luar
#tauanaraiodeluar 

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Aquela carta...


Aquela carta que escrevi, já postei ao correio.
As malas que fiz, junto com as passagens que comprei;
Logo mais chegarei ao destino.
Caso ela chegue antes que eu parta, bata na porta.
Joga a velha pedra na janela, corra até mim.
Que eu desfaço as malas rasgo as passagens.
E brigo com o destino.


                                  Tauana Raio de Luar



sexta-feira, 5 de junho de 2015

Meu velho amigo.


      Hoje um velho amigo bateu em minha porta. Tinha em seu coração uma grande bagagem e foi logo abrindo os braços e me dando um afago. Como se adivinhasse meu penar. -Quanto tempo fulana, me lembro sempre de ti. 
    Como se acarinhasse minha alma vou o abraçando-o como um irmão, me esquecendo das amarguras da vida, e do coração repartido. Hoje ele me trouxe o sorriso. Faz-me lembrar por quem vale a pena amar, ele  tinha lá tanta coisa pra contar, e eu só a contemplar. 
     Que só do carinho que trouxe já me fez repensar. Repensar por quem vale a pena lembrar, por quem o tempo distancia mas ao precisar a de sempre contar. E de que algumas pessoas não são feitas pra durar. 
       Elas duram o tempo exato que o coração aguenta. Meu velho amigo deixou suas palavras doces e deu continuidade a seu caminhar. Lembrando-me que vale a pena amar. Mas que às vezes apenas é preciso fechar os olhos, mudar de casa, e recomeçar. 


            Tauana Raio de Luar
           #tauanaraiodeluar

terça-feira, 2 de junho de 2015

Essa é a ultima vez que escrevo sobre João.


            Voltando para casa, sentada em um ônibus de volta ao lar fadigado, eu sorria sozinha. Sorria porque me lembrei de que gostaria de contar o meu dia a João. Depois meus olhos encheram-se de agua, gosto salgado, mas não desfiz o sorriso. Contei para eu mesma, as novidades fora da rotina. Torci o nariz ao abrir a porta de casa, olhei para trás para verificar se de fato tinha fechado o portão. Costume esse que João deixará a de não ter certeza. Mas certeza ele tinha, foi ai que fui desfazendo o sorriso, fechando as janelas, guardando as lembranças. E acendendo o cigarro. A vizinha foi logo adentrando com uma ligeira novidade, teu desamor já tem outro amor. Ai remoí de curiosidade e deixei a cobra entrelaçar meu peito. Diz a fofoqueira, que ele dorme com a moça com o travesseiro que dei, com a coberta que ainda não paguei.

           Sou passarinho de asa quebrada, que já não consegue voar. Mas sabe que a partir de agora precisa ir em frente. Sabe que do mundo não se pode esperar muita coisa, além das voltas que o próprio dá. Não me dou mais o direito a canção, nem a sentimentos. Nunca fui de meninices, mas dessa vez chorava, feito criança que foi tirado o doce. Meu corpo febril já não descansa, não sabe como os sonhos lhes podem ser dignos. Sofrer por quem? Por amor já repartido, ido, de adeus, e sem retornos, já não valeria a pena. Quem mudou de casa foi o desamor, de nada adianta deixar as portas e janelas abertas, o desamor já tem outro amor.


                               Tauana Raio de Luar
                                #tauanaraiodeluar

domingo, 31 de maio de 2015

Era brisa de inverno.


           O amor tem que se reinventar, crescer um pouco mais, florescer em meio a pedras. Um sol que já cansou de reviver, meu outro lado já não quer dançar. Ele tem os olhos negros, pois eu cansei de brilhar. Não queria só eu desejar, sentir, e me doar. Mas aquele sorriso convidativo despia-me de todo medo.

              Trouxe os trovões para minha chuva, deu a ultima mordida no pão que eu comia. Puxava-me a frente no andar, depois partiu sem despedidas. Ai ficou o coração batendo de dó, e a mente dizendo eu avisei, amor quem sente é tu. Ali era brisa de inverno, que faz o sentir despertar depois se esvai sem medo. 



                       Tauana Raio de Luar
                       #tauanaraiodeluar

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Fazer-se silêncio..


          Acho engraçado alguém ter que gritar para se fazer ouvir. Não adianta de nada, é bater na porta sem ter ninguém em casa, é mastigar o chiclete já sem sabor, é um querer que não vai acontecer. Chega a hora em que é preciso, fazer-se silêncio perder a fala, a presença, mudar de cor. Em vês do habitual café, água morna. Olhei o relógio, já não contava os minutos da chegada, porque já houvera despedida. Eu chorei não nego, mas do que adianta insistir, a parede não vai se mover o destino não vai mudar, e eu já não podia mais esperar.

      Como brisa que chega anunciando o inverno, olhei de relance o que meu coração insistia em querer, mas guardei nas mais seguras caixas da alma o amor. Impossível de extingui-lo, então terei de esquecê-lo.  Eu relinchei feito égua brava, que não quer ser dominada, mas mostrei meu galope em confiança ao cavaleiro, que a de ser Rei um dia. Porém preferi-o partir a procura de novas terras, caminhos, destinos. Eu já sabia, ele não me ouvia, como então a de me amar algum dia?!


Tauana Raio de Luar
#tauanaraiodeluar